28 de agosto de 2013

LIVRO [Resenha]: Cidades de Papel - John Green

Ah, John Green, por que sacaneias todos nós? Te amei por A Culpa é das Estrelas, te odiei por Teorema Katherine a agora volto a te amar. Portanto, acredito estar fadada ao eterno consumo de suas obras sem nunca saber ao certo o que vou encontrar. Brincadeiras a parte, vamos ao que interessa (aka eu persuadir a todos vocês a lerem esse livro AGORA):


Avaliação (dentro do gênero):
Título: Cidades de Papel
Título Original: Paper Towns
Autor: John Green
Editora (BR): Intrínseca
Sinopse: Em Cidades de papel, Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um dos nerds de sua turma. Certa noite, Margo invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte. Quando descobre que o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava que conhecia.



O enredo:

Cidades de Papel é narrado em primeira pessoa por Quentin Jacobsen, um menino que desde os dois anos de idade é vizinho de Margo Roth Spiegelman. Os dois foram amigos durante toda a infância. Com a casa de um sendo exatamente ao lado da do outro - dentro de um típico condomínio de Orlando, FL - as fugas conjuntas para andar de bicicleta e brincar no parquinho eram frequentes. Porém, certo dia, Q. e Margo, no meio de mais uma aventura, acabam encontrando um corpo de um homem morto pelo condomínio. Ambos tinham cerca de 9 anos na época e, por mais que tenham continuado como vizinhos e estudantes da mesma escola, nunca mais se falaram e acabam tornando-se pessoas completamente diferentes com o passar dos anos. Quentin é tranquilo. Ele é estudioso, não gosta de festas, prefere ficar com os amigos dando risada, não mente pros pais e sonha com um futuro ordinário. Já Margo, preza o agora e as fugas da comodidade e da rotina. Ela é a típica "rainha da escola", todos a amam por a acharem o máximo ou a odeiam pelo mesmo motivo. E claro, enquanto Q está sempre fugindo das coisas novas, ela mergulha em todas as que encontra. A trama começa a se desenrolar a partir do momento em que, aparentemente do nada, suas histórias voltam a se cruzar: algumas semanas antes da formatura do ensino médio, Quentin está distraído, sozinho em seu quarto, e uma Margo totalmente vestida de preto e com a cara completamente pintada da mesma cor aparece em sua janela dizendo que precisa de sua ajuda para executar um plano que contará com alguns movimentos ilícitos e tomará a noite inteira. Então, Q. fica dividido entre embarcar no desconhecido com a garota por quem, desde pequeno, nunca deixou de ser platonicamente apaixonado, ou ficar em casa e dar continuidade a sua rotina tranquila e confortável (QUE NÃO ENVOLVE ARROMBAMENTOS E INVASÕES DE PROPRIEDADE). Mas uma oportunidade de se reaproximar da tudo-de-bom Margo Roth Spiegelman não é algo a ser desperdiçado.



A narrativa:

O livro é dividido em três partes. A primeira nos conta sobre Margo aparecendo na janela de Quentin para solicitar sua ajuda e também nos conta como foi a execução do ardiloso plano vingativo de 11 partes da menina. A segunda nos conta tudo o que acontece depois desta noite, incluindo o fato de Margo estar sumida. Não é a primeira vez que a garota foge de casa, mas conforme os dias vão passando, constata-se que ela nunca havia ficado fora por tanto tempo. Ninguém sabe como a encontrar, mas Quentin tem como fazê-lo. Antes de partir, Margo deixou pistas para que ele, apenas ele, pudesse encontrá-la, e então começa a caça ao tesouro que tira Q. de sua zona de conforto e o faz enxergar além das pessoas, cidade e vidas de papel. Já na terceira parte, não posso dizer o que encontramos (spoiler etc e tal), mas a história, a partir daí, apresenta uma dinâmica diferente das outras duas partes. Os capítulos são, cada um, a descrição de uma hora do dia em que basicamente tudo acontece. A narrativa toma uma pegada mais frenética e vai aumentando a tensão para o clímax da história que ocorre no último capítulo.

3 motivos para ler Cidades de Papel :

  • O PLANO DE MARGO: Se a história fosse, na verdade, um conto e contasse apenas o que acontece na parte I do livro, eu já estaria satisfeita. Incluindo uma lista de compras sem pé nem cabeça e 11 partes misteriosas, o tal plano sendo executado me arrancou muitas risadas. É ali que começamos a conhecer os dois protagonistas e o autor soube fazer com que qualquer um se apaixonasse por eles e por sua história logo nos primeiros capítulos.
  • OS PERSONAGENS: Querido John Green, mesmo com alguns erros ocasionais, quando você acerta, acerta em cheio. Todas as personagens são sensacionais. Cativantes, engraçadas, únicas. Além do casal principal, ainda conhecemos várias outras e não tem como não amar pelo menos uma dessas. Radar e Ben, por exemplo, são os melhores amigos de Q. e roubam a cena toda vez em que (?)abrem a boca(?). Eu, particularmente, acabei por me identificar mais com o próprio protagonista porque ele deixa bem aparente, durante o livro, um defeito (chato pra caramba) que eu tenho como um dos meus maiores defeitos também. Ambos, eu e ele, temos essa mania de bitolar em um único assunto e esperar que todos ao nosso redor entrem nessa também. É algo bem chato, mas o fato dele ter esse defeito não compromete a história, apenas a torna mais real.
  • OS DIÁLOGOS: Sabe aquelas gírias que nenhum adolescente usa mas os roteiristas de Malhação acham que nós usamos? Então... você não vai encontrar NENHUMA delas aqui. Todas as conversas, gírias, piadinhas e respostas rápidas são exatamente como na vida real. Várias das coisas que eu li no livro, já ouvi saindo da boca dos meus amigos. O autor não pecou em nenhum diálogo, nenhuma expressão, nada (um parabéns ao tradutor também).

    [...]

    Na minha opinião, o livro é um must read pra quem curte literatura young-adult contemporânea ou pra quem nunca leu algo do gênero e quer começar. Na verdade, mesmo que não curta o gênero, você deveria ler esse livro só para dar uma nova chance ao estilo. Vale lembrar também que a história é um coming-of-age, ou seja, retrata um significativo amadurecimento nos pensamentos e atos do protagonista conforme as páginas vão passando. Em livros desse tipo, acompanhamos adolescentes tornando-se adultos. Li a obra em dois dias (o que é pouquíssimo tempo pra alguém lerdo pra ler que nem eu) sem conseguir largar o livro pra nada. Foi uma leitura leve, que me divertiu horrores, me tocou em vários momentos fez com que eu me apaixonasse ainda mais pela narrativa de John Green.

    Portanto, próxima parada: Cidades de Papel.



    5 comentários:

    1. Fiquei com mais vontade ainda de ler esse livro, já estou apaixonada por ele só de ler a sua resenha Gabi! Ficou demais, parabéns!

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      1. Aposto que você leu as duas primeiras e as duas últimas linhas. Te conheço, Vale, te conheço MAS TUDO BEM! LÊ AÍ, NEGA, PRA GENTE FALAR SOBRE!

        Gabriela

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    2. Se antes eu já estava com vontade de ler o livro imagina agora. Falta só o dinheiroo hahaha, o livro já foi parar no 1º lugar da listinha. Adooorei a resenha lobster :)

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      1. YAY que bom que você gostou! Pena que você é lerda enrolando brigadeiro, beijos!

        Gabriela

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    3. Olá o/
      Eu comprei 3 livros do John logo de cara: A culpa é das estrelas, Cidades de Papel e Teorema Katherine e até hoje estou na dúvida por qual eu começo. Depois da resenha acho q vou começar por Cidades de Papel haha

      Até mais o/
      Meu Mundo depois da Meia noite

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